Entre os temas mais relevantes na área de finanças e investimentos, sem dúvida, está a educação financeira. Credita-se ao filósofo grego Epiteto a frase “só a educação liberta”. Adaptando ao nosso mundo financeiro, só a educação financeira nos dá condições de perceber as informações, entendê-las, avaliá-las e tomar as melhores decisões, aquelas que conduzirão ao bem-estar de longo prazo.
Segundo a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), educação financeira pode ser definida como “processo pelo qual consumidores/investidores financeiros aprimoram sua compreensão sobre produtos, conceitos e riscos financeiros e, por meio de informação, instrução e/ou aconselhamento objetivo, desenvolvem as habilidades e a confiança para se tornarem mais conscientes de riscos e oportunidades financeiras, a fazer escolhas informadas, a saber onde buscar ajuda, e a tomar outras medidas efetivas para melhorar seu bem-estar financeiro”.
Em suma, o conhecimento e gerenciamento financeiro afeta as decisões diárias que uma família faz ao tentar equilibrar um orçamento. Como comprar uma casa, pagar uma educação de qualidade para as crianças e garantir um rendimento na aposentadoria.
A falta de educação financeira não é um problema apenas nas economias emergentes ou em desenvolvimento, como no Brasil.
A população de países desenvolvidos também não consegue demonstrar uma forte compreensão dos princípios financeiros para entender e negociar o cenário financeiro, gerenciar os riscos financeiros efetivamente e evitar armadilhas financeiras.
As nações de todo o mundo, como a Coréia, Austrália e Alemanha, são confrontadas com populações que não entendem o básico financeiro. O nível de conhecimento financeira varia de acordo com a educação e os níveis de renda.
De acordo com pesquisas, os consumidores altamente educados com altos salários podem ser tão ignorantes quanto às questões financeiras dos consumidores menos educados e de baixa renda (embora em geral, os últimos tendem a ser menos instruído financeiramente).
E parece que os consumidores hesitam em aprender. A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou uma pesquisa realizada no Canadá.
Descobriu-se que escolher um investimento para um plano de poupança ou aposentadoria era mais estressante do que uma visita ao dentista. Por isso é importante você saber qual a importância da educação financeira na sua vida.
Qual é a solução?
O que pode ser feito é ajudar a população em geral a planejar seus gastos, ver o que é ou não necessário, entender o papel dos juros, se vale comprar parcelado ou à vista e bons hábitos financeiros.
Quando se dá esse tipo de conhecimento e as pessoas absorvem, elas se tornam mais conscientes no uso do seu dinheiro e se tornam mais propensas a dar uma melhor utilidade a ele. Portanto, a inclusão desse tema na Base Comum Curricular das Escolas ajudaria no médio a longo prazo. No entanto, um desafio é que grande parte das escolas públicas estão com déficit de professores, o que dificultaria esse trabalho.
O que ajudaria a complementar esse déficit seria um maior esforço tanto do setor público e privado para ressaltar a importância da educação financeira para adultos e crianças, através de diversas metodologias: oficinas, aulas gratuitas, propagandas, cursos e eventos comunitários. O Banco Central do Brasil já empreende ações desse tipo através de cursos gratuitos, por exemplo. Corretoras de investimentos também estão investindo cada vez mais no educacional para seus clientes.
As coisas estão melhorando somente agora, principalmente nessa década, os brasileiros estão se tornando mais familiarizados com investimentos e dando seus primeiros passos. Isso se deve a um cenário de maior estabilidade monetária, apesar dos picos inflacionários de 2015, e também da maior facilidade para começar seus investimentos quando comparamos aos anos 90/2000. Atualmente é possível começar a investir com o seu celular, com um nível de burocracia menor.
Diante disso, a nova geração de brasileiros se sente mais confiável e propensa a investir, mesmo que seja em opções de baixo risco como a poupança, por exemplo, o que já é um começo. Investimentos são o próximo passo depois da organização das finanças, a partir do momento que é possível poupar, você pode traçar seus objetivos e o risco que está disposto a correr para alcançá-los. Se os investimentos da população brasileira estão aumentando, isso quer dizer que a educação financeira está melhorando a passos lentos, mas ao menos há uma boa perspectiva para o futuro.